Pular para o conteúdo principal

Angola e Japão abordam os benefícios das reformas

A delegação angolana, que participou no Fórum Económico Japão-África, informou às autoridades e empresários nipónicos sobre as medidas que estão a ser aplicadas no país para criar um ambiente de negócios acolhedor para o sector privado e o investimento estrangeiro.

O ministro da Economia, Pedro Luís da Fonseca, e a titular da Indústria, Bernarda Martins, representaram Angola no Fórum Económico Público-Privado Japão-África, realizado em Sandton, África do Sul, na quinta e na sexta-feira.
Pedro Luís da Fonseca revelou detalhes de um encontro mantido com o ministro da Economia, Comércio e Indústria do Japão, Hiroshige Sekō, no qual “foi transmitida uma fotografia real de Angola” que “mobilizou e sensibilizou a atenção dessa autoridade japonesa para futuros contactos e aprofundamento das relações de cooperação”.
O ministro adiantou que a delegação angolana manteve igualmente encontros separados com representantes de algumas multinacionais, destacando-se a Toyota e Toshiba, que também foram informadas sobre o que está a ser feito em Angola a favor do investimento privado, visando o crescimento económico do país.
Os representantes de Angola no Fórum Económico Japão-África reuniram-se também com Hirofumi Yoshimura, Presidente da Câmara de Osaka, a maior cidade industrial do Japão, que acolhe a Expo 2025.  
Pedro Luís da Fonseca considerou que o Fórum foi frutífero e resultou numa “grande oportunidade para Angola” dar a conhecer os esforços do Executivo na dinamização do processo de estabilização macro-económica.
O ministro admitiu a possibilidade de Angola recorrer à parceria japonesa para a construção de infra-estruturas de apoio aos sectores da Agricultura e Indústria, para que estejam habilitados a competir nos outros mercados.
O Fórum Económico Público-Privado Japão-África foi auspiciado pelo Governo japonês e pela Organização de Comércio Externo do Japão (JETRO), em colaboração com o Governo da África do Sul.
O encontro é uma plataforma de oportunidades de negócios para empresas japonesas e países africanos que também serve para discutir as formas como os sectores público e privado podem trabalhar juntos para impulsionar o investimento, promover o desenvolvimento e fazer melhor aproveitamento dos recursos disponíveis.

Dinâmica das trocas
Dados disponíveis indicam que, no domínio das trocas comerciais, Angola importa do Japão automóveis, máquinas e produtos de aço e, no sentido inverso, o país asiático recebe petróleo e outras matérias-primas, estando os dois governos a negociar a assinatura de um acordo de protecção recíproca de investimentos.
O Japão financiou em cerca de 1,2 mil milhões de dólares norte-americanos o relançamento da indústria têxtil angolana, com fundos que apoiaram as empresas Satec (Cuanza Norte), Alassola (Benguela) e Textang II (Luanda).
Além do sector Industrial, o Japão está envolvido na reabilitação, expansão e modernização do Porto do Namibe. Na primeira fase, concluída em 2011, o país asiático disponibilizou 25 milhões de dólares norte-americanos.
A reabilitação do porto, que se prolongou por um ano, permitiu recuperar e modernizar um espaço de 240 metros do cais e terminal de contentores, bem como a instalação de um sistema de iluminação com torres de 30 metros de altura e o bombeamento de água compatível com as necessidades do porto.
Na segunda fase, avaliada em 20 milhões de dólares, está previsto o prolongamento do cais em 600 metros. As relações diplomáticas entre Angola e o Japão foram estabelecidas em Setembro de 1976.

Vânia D´Almeida
Fontes: Jornal de Angola

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Morreu Afonso Dhlakama

Afonso Dhlakama,  presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, principal partido da oposição), morreu aos 3 de Maio de 2018, aos 65 anos, devido a complicações de diabetes, noticiou a imprensa moçambicana que citou fonte partidária. Outras fontes da Renamo confirmaram à agência Efe a morte de Dhlakama, mas não deram detalhes da causa. Dhlakama vivia refugiado na serra da Gorongosa, no centro do país, desde 2016, tal como já o havia feito noutras ocasiões, quando se reacendiam os confrontos entre a Renamo e as forças de defesa e segurança de Moçambique. De acordo com a Televisão Independente Moçambicana (TIM), Dhlakama morreu quando aguardava, na serra da Gorongosa, por um helicóptero, para ser evacuado para a África do Sul, onde iria ser submetido a tratamento médico. Depois de abandonar Maputo, o líder da Renamo estava escondido no interior da serra da Gorongosa, na província de Sofala, em Moçambique, desde 2015. Dhlakama era desde 1984 o líder político da Ren...

Um vazio difícil de preencher

A morte de Afonso Dhlakama deixa o país inteiro mergulhado numa incerteza sobre o futuro da paz e da democracia moçambicanas. Talvez o nível de preocupação fosse menor caso o seu desaparecimento tivesse ocorrido num momento de paz consolidada, reconciliação nacional e de democracia estável. Mas hoje há mais incertezas e perspectivas menos boas sobre o que vem a seguir. Afonso Dhlakama deixa os importantes processos de pacificação e de democratização do país ainda longe de estarem finalizados. Era ele o actor-chave e detentor das memórias descritivas de todos estes dossiês, não se conhecendo outra figura interna na Renamo que possa dar seguimento ao seu trabalho sem ameaças de ruptura. Talvez seja por isso que o Presidente da República, Filipe Nyusi, tenha reagido de forma tão emocionada ao desaparecimento do líder da Renamo. “Momento mau para todos nós. Pior para mim. Ontem [quarta-feira] estive a fazer esforços para ver se transferia o meu irmão [Afonso Dhlakama] para fora do...

Ministro avalia acções do sector em Benguela

O ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, trabalha desde ontem em Benguela, onde visitou a central híbrica do Bocoio. Quando estiver concluída, a central vai servir a sede do município com o mesmo nome. João Baptista Borges assistiu ainda ontem ao auto de cosignação da empreitada para a construção de uma subestação eléctrica na cidade do Lobito. O empreendimento vai melhorar o sistema de fornecimento de energia eléctrica à zona da Restinga, do Compão e à Zona Comercial. “Basicamente, o escopo do projecto vai ser o reforço e melhoramento do fornecimento de energia eléctrica à comunidade do Lobito”, disse o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, à imprensa. Lúcia Lisboa Fonte:Jornal de Angola