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Dificuldades do sector da Saúde apresentadas ao Chefe de Estado

As dificuldades  constatadas pelos deputados da UNITA no sector da saúde na província da Huíla vão ser apresentadas ao Presidente da República, João Lourenço,  informou o vice-presidente daquele partido, Raúl Danda.

Em declarações à imprensa no final de uma visita de cinco dias aos municípios do Lubango, Quipungo, Matala, Jamba, Cacula, Chibia e Humpata, Raúl Danda referiu que a saúde na Huíla “está verdadeiramente doente, com hospitais onde faltam medicamentos e com médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar que são dramaticamente insuficientes”.
O político disse que na Huíla “há falta gritante de equipamentos”, e que há hospitais,onde a mesma cama continua a ser partilhada por doentes com enfermidades diferentes, sem energia eléctrica e água potável. “Os médicos vivem em condições desastrosas, e até imundas, particularmente no Hospital Municipal da Matala, que funciona apenas com 20 por cento do pessoal que necessita e sem material para as cirurgias”, disse.

Hospital do Lubango
O caso mais dramático, segundo Raúl Danda, é o do Hospital Central do Lubango que, por fora e à distância, é um edifício imponente e um dos maiores do país, mas com falta de tudo. 
“A direcção do hospital abriu-nos as portas, e os corações também, para, entre fortes emoções, nos apresentar um edifício de oito andares, onde nenhum elevador funciona desde a inauguração, com doentes, cadáveres, comida e tudo o mais transportado à cabeça ou às costas de cima a baixo e vice-versa”, referiu. 
O Hospital Central do Lubango, salientou, que precisa de 2.100 trabalhadores tem apenas  700. A unidade, acrescentou, com um bloco operatório de fazer inveja pela sua grandeza, está inoperante. 
De acordo com o parlamentar, mais de 30 cirurgias por dia “são feitas em condições precárias e com uma unidade de cuidados intensivos que nunca funcionou por falta de equipamentos”.
O hospital conta ainda com uma caldeira de esterilização obsoleta e desactivada para não criar desastres. “É um hospital onde, por inexistência de condições, o médico tem de fazer a difícil escolha entre o doente que vai salvar e aquele que vai deixar morrer enfermeiros licenciados há mais de seis anos continuam a receber o mesmo salário de enfermeiros auxiliares da altura da contratação. É um hospital com um vasto leque de problemas, onde as ordens de saque perderam qualquer eficácia e os fornecedores viraram as costas”, lamentou.
Os deputados da UNITA consideram que o sector da Educação também é deficiente, com muitas crianças ainda fora do sistema de ensino, escolas sem carteiras e quadros, obrigando as crianças a utilizarem a casca de árvore seca para servir de quadro.
Os parlamentares constataram ainda a existência de escolas de especialização sem laboratórios funcionais por falta de equipamento.

Bengo
De visita ao Bengo, a deputada Albertina Navemba Ngolo defende a melhoria da qualidade do ensino no país para se evitar que as empresas nacionais recorram à contratação de quadros estrangeiros.Em declarações à imprensa, em Caxito, a parlamentar referiu que a formação de quadros, com qualidade, vai fazer com que o país dê os passos necessários para o desenvolvimento, bem como ajudar os angolanos a obter os postos de trabalho nas empresas nacionais.
A delegação, que integra o deputado Simão Dembo, manteve um encontro de cortesia com a governadora Mara Quiosa, visitou a Escola Superior Pedagógica, o bispado da diocese de Caxito, o Comando Provincial da Polícia Nacional, a Rádio Bengo e o Hospital Geral.

Cuando Cubango
No Cuando Cubango, o grupo de deputados da UNITA, que trabalhou na província durante três dias, considerou de “injusta” a decisão do Executivo de, este ano, pretender asfaltar apenas 54 quilómetros de estrada entre o Cuchi e Cutato, quando os cerca de quatro mil quilómetros da rede fundamental de estradas da província continuam em avançado estado de degradação.
Em conferência de imprensa, no quadro das visitas que este partido efectua ao sector social em todo o país, o deputado Celso Torres disse que o Cuando Cubango foi duramente fustigado pelo conflito armado e todas as vias de acesso aos municípios, comunas e aldeias nunca chegaram a ser construídas devido às guerras de libertação nacional e a pós-independência.
Por esta razão, disse, a província, que agora é designada de “terras do progresso”, sempre foi considerada como “terras do fim do mundo”, por falta de vias de comunicação. “Agora que o país alcançou a paz definitiva, não é justo que o governo continue a ignorar o sofrimento da população do interior do Cuando Cubango”, salientou. De acordo com o parlamentar, a província do Cuando Cubango tem uma extensão de aproximadamente 200 mil quilómetros quadrados e apenas cerca 460 quilómetros de estrada foram asfaltados depois de 16 anos de paz. 
O deputado elogiou a forma como a delegação foi recebida pelo vice-governador para o sector técnico e infra-estruturas, Bento Xavier, que fez uma descrição esclarecedora do estado das estradas e de outros sectores sociais. 
“Devemos agradecer a excelente abertura que tivemos por parte das autoridades do Cuando Cubango. Não houve impedimentos. Visitamos de tudo um pouco nos municípios do Cuíto Cuanavale, Cuchi e Menongue, onde direccionamos as nossas acções, e tudo que constatamos vamos levar à consideração superior do nosso partido para, através da nossa bancada parlamentar, exercer pressão ao Executivo para rever a sua política em relação ao Cuando Cubango”, disse.
Trabalharam no Cuando Cubango os deputados Celso Torres, Regina Tchipoia, Manuel Savihemba e Adriano Sapinala.

Vânia D´Almeida
Fonte: Jornal de Angola

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