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Há défice de cinco mil escolas


Angola precisa de construir, nos próximos tempos, cerca de cinco mil escolas para mais crianças não continuarem fora do sistema de ensino, informou ontem, em Luanda, o ministro de Estado do Desenvolvimento Económico e Social, Manuel Nunes Júnior.

O governante, que falava na abertura do Encontro Nacional de Educação, que arrancou ontem no Centro de Convenções de Talatona, acrescentou que apesar dos esforços feitos até agora para a melhoria da qualidade do ensino, do ponto de vista qualitativo, o sistema de ensino angolano ainda é caracterizado por profundas insuficiências, sobretudo no que respeita à qualidade dos professores, a todos os níveis.
Manuel Nunes Júnior disse haver muitos factores que contribuem para a melhoria do sistema de ensino de um país, a começar pela qualidade dos próprios professores. “Sem professores de qualidade, dificilmente iremos ter um ensino de qualidade”, afirmou.    
No mundo moderno, acrescentou, o principal factor produtivo já não são as máquinas, nem mesmo o capital financeiro, mas, sim, o conhecimento. Por essa razão, continuou o ministro de Estado, no âmbito do Plano e Desenvolvimento Nacional 2018/2022, uma atenção muito especial vai ser dada à actividade docente, devendo ser adoptadas as medidas pertinentes para o aumento da sua formação e remuneração.
O ministro de Estado do Desenvolvimento Económico e Social disse estar já em fase avançada de elaboração um programa nacional de formação e gestão de pessoal docente. Segundo Manuel Júnior, tendo em conta as necessidades consecutivas do sistema educativo, este programa vai assegurar que as condições dos docentes de educação pré-escolar e ensino primário e do segundo ciclo do ensino secundário sejam garantidas, em cada província, com professores devidamente qualificados e com bom desempenho.
O programa, acrescentou, vai apontar, também, as medidas necessárias com vista à atracção, para o corpo docente, das pessoas com perfil científico, técnico e pedagógico adequados.       
Manuel Nunes Júnior explicou que um dos elementos que separa os países ricos dos pobres não é tanto a diferença de riqueza nacional, mas, sobretudo, a diferença em termos de conhecimento. “Por essa razão e para termos mais sucesso, neste mundo cada vez mais competitivo, temos de criar as condições para anular o fosso que nos separa dos países desenvolvidos em termos de conhecimento”, frisou.
Mas, para tal, justificou, têm de ser criadas as condições institucionais que permitam aos alunos e estudantes ter acesso à ciência e às tecnologias universais.
Manuel Nunes Júnior informou que o formato do Encontro Nacional de Educação, uma iniciativa do Ministério da Educação, é um forte sinal de que o Executivo, através do respectivo departamento ministerial, reconhece o papel e as contribuições dos parceiros sociais e da sociedade civil para a melhoria da qualidade educativa de Angola.
Manuel Nunes Júnior informou que no ano 2000,  a taxa de analfabetismo em Angola era superior a 50 por cento, mas, em 2014, de acordo com os dados do Censo Populacional, a taxa geral de analfabetismo baixou para 34 por cento. 
O governante deseja que o Encontro Nacional de Educação seja produtivo e que produza grandes contribuições para a melhoria da qualidade do processo de ensino e de aprendizagem para todos os angolanos em idade escolar. "Por isso, apelo a todos os participantes neste encontro que contribuam de forma positiva para o alcance desse grande objectivo", salientou.  
O Encontro Nacional de Educação, que termina quarta-feira, tem por objectivo analisar o estado actual da Educação e do Ensino em Angola, com a sociedade civil, visando a tomada de decisões partilhadas para uma educação inclusiva e de qualidade. 
No encontro, que junta delegados de todas as províncias e entidades estrangeiras, vão ser abordados, entre outros temas “A importância do Sistema Nacional de Qualificações no âmbito do processo de implementação do Plano Nacional de Formação de Quadros”,  “Os desafios do subsistema pré-escolar no contexto actual” e “Investir na educação compensa”.

Vânia D´Almeida
Fonte: Jornal de Angola

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